Setembro Amarelo: Audiência na Câmara debate Saúde Mental
Em mês que se comemora o Setembro Amarelo, de prevenção ao suicídio, pauta marcante dentro da Saúde Mental, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e a Fundação Estatal de Saúde (FeSaúde) foram convidadas para uma audiência pública na Câmara dos Vereadores sobre as políticas na Saúde Mental, promovida pela vereadora Walkíria Nictheroy (PCdoB).
Com participação de integrantes de fóruns e associações da Saúde Mental, seus profissionais e membros da sociedade civil, o evento serviu para fazer um retrospecto da política de atenção psicossocial em Niterói e os desafios para ampliação dos serviços.
Em mesa composta pelo Secretário de Saúde, Rodrigo Oliveira; a Diretora Geral da FeSaúde, Anamaria Schneider; Mirian Ribeiro, Gerente de Atenção Psicossocial da FeSaúde; e Jaguacyara, representando os familiares e usuários da rede. Os dirigentes responderam aos questionamentos dos participantes sobre a aquisição de insumos, valorização dos profissionais e vinda de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) no modelo 3.
A gestão da Saúde Mental de Niterói recentemente foi adquirida pela FeSaúde para qualificar o atendimento. Segundo Anamaria Schneider, o concurso público recentemente aberto vem como resposta a uma demanda de ampliação de serviços, valorização dos servidores e ampliação na contratação de psicólogos, psiquiatras e outros especialistas, em 808 vagas ao total. O modelo de cofinanciamento e as parcerias intersetoriais com outras secretarias, segundo Mirian Ribeiro, pretendem também garantir o melhor funcionamento da rede. Na questão dos insumos, o Secretário Rodrigo Oliveira afirmou que a realização de pregão eletrônico ajudará na compra de medicamentos em um modelo que a pasta da Saúde foi a pioneira a adotar na Prefeitura.
“O atendimento em saúde é seguir o caminho democrático, construindo um processo que enfrente a opressão e o sujeitamento e construa uma forma de viver com o diferente”, afirmou o Secretário, garantindo também que a implantação do CAPS 3 é uma prioridade.
Ao encerramento da audiência, a vereadora Walkiria agradeceu ao CAPS Casa Largo que deu assistência para ela quando também precisou de ajuda psicossocial: “se hoje consegui ser vereadora devo muito ao atendimento que tive na saúde pública municipal e toda a inteligência coletiva de seus servidores”.
Dentre os participantes que realizaram falas, estavam presentes o Diretor do Hospital Psiquiátrico de Jurujuba, Sérgio Bezz; a Vice-Presidente de Atenção Coletiva, Ambulatorial e da Família, Maria Célia Vasconcellos; o vereador Paulo Eduardo Gomes, presidente da Comissão de Saúde da casa; Ana Paula Guljor, Vice-Presidente da Associação Brasileira de Saúde Mental (ABRASME); Abrahão dos Santos, Coordenador de Pós Graduação de Psicologia da UFF; o militante da luta antimanicomial Gitonam Lucas Honorato; Diana Luiz, do Fórum de Trabalhadores da Saúde Mental; Marina Espinoza, da Comissão de Gestores da Saúde Mental; e Renata Terra, do ambulatório de Pendotiba.
Conheça os dispositivos da Saúde Mental do município - Durante todo o mês, a rede pública municipal, em especial entre as equipes da Saúde Mental, está mobilizada para a realização de diversas ações que a Ascom Saúde acompanhará e ajudará nas ações de divulgação.
"A FeSaúde, que passou a gerir a Rede De Atenção Psicossocial (RAPS) no início de agosto, acredita que o cuidado em rede pode contribuir com a saúde mental da população”, afirmou Mirian Ribeiro, gerente de Atenção Psicossocial da FeSaúde.
Durante todo o mês, a rede pública municipal, em especial entre as equipes da Saúde Mental, está mobilizada para a realização de diversas ações que a Ascom Saúde acompanhará e ajudará nas ações de divulgação.
A Rede de Saúde Psicossocial de Niterói possui quatro Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), sendo dois CAPS para adultos: Casa do Largo (São Francisco) e Herbert de Souza (Centro); um CAPS AD para adultos usuários de álcool e outras drogas (Fonseca); um CAPSI para crianças e adolescentes (Santa Rosa); 6 ambulatórios de Saúde Mental; Centro de Convivência e Cultura de Niterói, uma Unidade de Acolhimento Infanto-Juvenil (UAI), 9 Residências Terapêuticas (RT) e o Hospital Psiquiátrico de Jurujuba.
Os Centro de Atenção Psicossocial são dispositivos da RAPS para o cuidado especializado de pessoas em intenso sofrimento psíquico, que se articula com os demais serviços da RAPS para a atenção integral e longitudinal de lógica territorial.
O Serviço Residencial Terapêutico é dispositivo fundamental para o processo de desinstitucionalização de usuários que viveram dois anos ou mais ininterruptos em instituição asilar, como Hospitais Psiquiátricos. Como parte do processo de reinserção social, a SRT tem como principal escopo de reabilitação psicossocial a construção da autonomia, a garantia do direito de morar e o exercício da cidadania.
O Centro de Convivência possui ações como o projeto de geração de renda; grupo para debater a inserção nos espaços de expressão artística, atividades de interesses culturais em geral.
A UAI é um espaço complementar para o tratamento de crianças e adolescentes, de 12 a 18 anos, usuários de crack e outras drogas, que se encontram em situação de extrema vulnerabilidade.
O Hospital Psiquiátrico de Jurujuba é parte da rede de saúde mental, sendo referência para o acolhimento de emergência e sua atuação se dá em articulação com os demais serviços desta rede (CAPS, ambulatórios, Centro de Convivência e Cultura), e também em articulação com a rede de saúde da cidade.
E, por fim, o Programa Médico de Família também absorve essa demanda a medida que é considerado a porta de entrada para o atendimento do SUS, referenciando para os demais dispositivos especializado.