Hospital Oceânico passa a realizar cirurgias oncológicas
O Hospital Municipal Oceânico Gilson Cantarino deu mais um passo na terça-feira (08), Dia Internacional da Mulher, em direção a sua nova vocação: a unidade passa a realizar cirurgias oncológicas, de mama e colo do útero. O Centro cirúrgico foi inaugurado no início de mês e quando atingir sua capacidade máxima, a previsão é de realizar 60 cirurgias destas especialidades por mês. O secretário municipal de Saúde, Rodrigo Oliveira, fala da importância deste momento.
“Hoje está sendo realizada a primeira cirurgia de câncer de colo de útero e de mama. Com isso, a gente vai caminhar para zerar a fila de niteroienses que esperam por esse procedimento e garantir a lei dos 60 dias. Além disso, também homenageamos o médico Gilson Cantarino com o nome deste hospital, o que é uma honra para Niterói. Gilson foi fundamental na construção do SUS nacional e do município, com sua atitude competente, comprometida, conciliadora e comprometida com os direitos do povo”, declarou. De acordo com a Secretaria de Saúde, existem 40 mulheres na fila de espera para a realização destas duas cirurgias (câncer de colo do útero e mama). Com o início das cirurgias nesta terça, a expectativa é que em um ano não existam mais pessoas aguardando em fila de espera.
“Quando estivermos operando com capacidade máxima, temos com meta, realizar 60 cirurgias por mês nestas duas especialidades, somando-se a todas as cirurgias (gerais) chegaremos a 300 por mês. O hospital deixa de ser exclusivo de Covid-19 para se envolver com aquilo que a população ainda é carente”, explicou a diretora do hospital, Gisela Motta.
Homenagem a Gilson Cantarino - No mesmo dia que a unidade passa realizar novas cirurgias o Hospital também recebeu uma placa em homenagem ao homem que dá o nome ao hospital: Gilson Cantarino. Com a presença dos familiares e amigos a homenagem tornou-se mais uma roda de conversa sobre as memórias e legados que Gilson Cantarino deixou.
Seu filho, Gabriel Cantarino O’Dwyer agradeceu todas mensagens e ações – oficiais e particulares – desde a morte de seu pai. “Se algum momento alguém tivesse me perguntado o que você gostaria de homenagear seu pai, eu jamais alcançaria a grandiosidade do que está acontecendo aqui. Eu não consigo imaginar uma forma mais significativa de homenagear meu pai do que essa. Dar o nome dele a um hospital da rede municipal de saúde, do município dele a um hospital com esta importância. Eu e a família só temos a agradecer”.
Uma placa foi colocada na recepção da unidade, onde todos poderão saber um pouco da história de Gilson Cantarino e os feitos dele pela Saúde Pública. Além disso, a nova fachada, também com seu nome, foi inaugurada nesta terça.
- CENTRO DE REABILITAÇÃO PÓSCOVID DO HOSPITAL GILSON CANTARINO ULTRAPASSA 5 MIL ATENDIMENTOS
Inaugurado em agosto do ano passado, o Centro de Reabilitação Pós-covid do Hospital Municipal Oceânico Dr. Gilson Cantarino completou seis meses de funcionamento em fevereiro com números bastante expressivos. Já foram realizados 5.611 atendimentos, uma média de quase 30 atendimentos por dia desde a abertura das suas portas.
A recuperação da Covid-19 vai, muitas vezes, além da alta hospitalar. Pacientes, principalmente os que tiveram complicações e permaneceram internados por longos períodos, voltam para casa com sequelas que impactam diretamente sua saúde. Por conta disso, apesar da mudança de perfil da unidade (com abertura do centro cirúrgico), o Centro de Reabilitação Pós-Covid segue funcionando e atendendo os pacientes de Niterói. Até fevereiro já foram atendidos 505 pacientes no local.
De acordo com a Gisela Motta, diretora do hospital, estudos mostram que algumas sequelas podem perdurar por até seis meses.
“Cerca de 60% dos pacientes pós-covid (forma moderada a grave) apresentam ao menos uma sequela funcional. Os principais sintomas são fadiga, dispneia e dor articular”, comentou a diretora, mas lembrou que há sequelas psicológicas como: transtorno de ansiedade, dificuldade para retornar a rotina e estresse pós-traumático.
Para a responsável pela equipe de psicologia do Hospital, Liz Pestana, o papel dos psicólogos na reabilitação pós-covid é readequar o paciente para esta nova realidade. “Nós realizamos uma escuta empática, fazendo o paciente ‘esvaziar’ esse conteúdo. A intenção do Centro [de Reabilitação Pós-Covid] é para que paciente saia, não só recuperado fisicamente, mas também emocionalmente, para que ele possa retornar à sua vida da melhor maneira possível”.
Maria Daguia de Oliveira, de 51 anos, ficou internada por quase 20 dias no Hospital. Ela chegou à reabilitação em janeiro deste ano com muita falta de ar e com dificuldade para falar e se locomover, mas agora em março, a realidade já é outra.
“Sempre que andava eu tinha que parar, não conseguia fazer uma caminhada, mas com o tratamento que tenho feito a situação melhorou completamente, estou quase 100%. Quando ia falar parecia que a voz travava, mas agora consigo conversar e sem falta de ar. Toda a equipe do Centro de Reabilitação me acolheu com muito carinho e isso deixou o tratamento muito mais fácil”, contou a moradora do Sapê, em Niterói.
Como funciona o atendimento? Pacientes que tiveram alta no Hospital Gilson Cantarino são avalizados antes de deixar a unidade e caso a equipe perceba a necessidade, ele já sai com um encaminhamento para o Centro de Reabilitação. Além disso, pacientes também são regulados de outras unidades de saúde do município. No primeiro dia que ele entra no Centro de Reabilitação, um médico realiza a primeira consulta e encaminha o paciente para uma das especialidades (fisioterapia, fonoaudiologia, assistência social, médica, enfermagem, nutrição, psicologia e cardiologia) que se dividem para atender a demanda de cada paciente.
A equipe que foi destinada para o Centro já atuava dentro da unidade em suas respectivas áreas, por isso além de ter o conhecimento da Covid-19 desde seu início, tem uma relação afetiva com os pacientes (aqueles que tiveram alta do Hospital). “Tenho orgulho de dizer que os profissionais que trabalham neste hospital se dedicam ao máximo pelo bem estar de cada paciente, nos mínimos detalhes, sempre acolhendo, ouvindo e oferecendo um atendimento humanizado”, concluiu Gisela Motta.