Getulinho: Pedagogia Hospitalar segue na unidade
Criado em 1996, o projeto Pedagogia Hospitalar acontece no Hospital Pediátrico Getúlio Vargas Filho, o Getulinho, e visa garantir a continuidade do processo de ensino-aprendizagem e desenvolvimento global das crianças durante o período de hospitalização. Para isso, é apresentado um currículo sensível às especificidades do ambiente hospitalar e aos recursos e possibilidades de cada estudante, que também é usuário da unidade hospitalar.
As atividades em ambiente aberto do ambulatório foram retomadas assim que o Novo Normal-Covid-19 permitiu. Até então, apenas as atividades nas unidades de internação estavam acontecendo. Com a internação hospitalar, especialmente as de longa duração, os pacientes correm o risco de perder o vínculo escolar. Assim, a ação também se propõe a incentivar o prazer pelo aprendizado enquanto estão na unidade de saúde.
Funcionando também como uma espécie de sala de espera, na aula da última quinta-feira (31/03), em que se comemorou o Dia da Nutrição, a proposta se voltou para a temática da alimentação saudável. As crianças puderam realizar atividades interdisciplinares envolvendo diversos campos do conhecimento, como linguagem, ciências e artes.
“A gente procura tratar a criança a partir de múltiplos conceitos e compreensões, respeitando seus desejos e garantido o direito à saúde”, afirmou a professora Ana Schilke que atuou no início do programa e que está de volta ao hospital desde 2021.
A ação é um convênio entre a Fundação Municipal de Saúde e Secretaria Municipal de Educação e contempla o atendimento no próprio leito daqueles que estão internados e dos usuários do ambulatório.
Uma das crianças que estava internada e recebeu o projeto na própria enfermaria foi o Davi Yuri Bittencourt, que realizou uma proposta que envolvia jogo, recorte e colagem, concentração e raciocínio lógico.
Sua mãe Mayara Bittencourt falou um pouco sobre a sua situação: Davi teve um quadro séptico, com muitas dores no joelho, e precisou de uma cirurgia de urgência no Hospital Estadual Azevedo Lima.
Depois, ele foi encaminhado para a continuidade do tratamento no Getulinho. “Está sendo muito bom o atendimento aqui, é excelente a equipe de enfermeiros e pediatras - são carinhosos e dedicados”, afirmou a mãe que já tinha o costume de trazer seus outros filhos ao Getulinho.
A equipe, formada por psicóloga, 4 professoras e coordenador-geral, conta com uma sala, onde também acontecem atividades com as crianças. Uma das professoras do projeto, Vivian Padial, também exibiu com orgulho o mural “Cuidado de quem cuida”, em que as crianças produziram atividades inspiradas em diversos artistas para expressar o elo que criam com os trabalhadores de saúde.
“Com o Programa Pedagogia Hospitalar buscamos incentivar o prazer pelo conhecimento”, sintetizou Vivian.
A diretora do Getulinho, Elaine López, chama a atenção para a complementariedade do projeto: “ele se une à proposta de atenção humanizada do hospital, que olha para a criança de forma integral, reconhecendo suas fragilidades no momento da internação ou atendimento ambulatorial, mas principalmente suas potencialidades! Aqui no Getulinho nos preocupamos com a saúde dos pequenos, não só com a doença que os trouxe até nós! Aqui também ajudamos a formar os cidadãos do futuro! E desejamos um futuro lindo para cada um deles”, concluiu.