Após ter sido adiado por duas vezes por conta da pandemia de Covid-19, o II Seminário de Atualização em Arboviroses e Zoonoses de Niterói foi realizado durante os dias 9, 10 e 11 de agosto no Auditório do Teatro Popular Oscar Niemeyer. Durante a abertura do evento, que contou também com o chefe do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) Fábio Villas Bôas; com o chefe do Departamento de Vigilância Sanitária e Controle de Zoonoses (Devic) Francisco de Faria Neto; e o Secretário Municipal de Saúde de Niterói, Rodrigo Oliveira, que comentou sobre a importância deste evento.

“Gostaria de parabenizar todos vocês e reconhecer o trabalho e dizer que essa é uma importante semente que a gente vai cultivar no sentido de produzir cada vez mais um sistema de saúde que garanta a qualidade da atenção e a proteção, tornando Niterói cada vez mais forte e resistente para as emergências sanitárias que sempre estiveram aí e que continuarão acontecendo”, declarou.

Após a abertura, as palestras continuaram na seguinte programação: “Vigilância de Zoonoses” por Fabio Villas Bôas do CCZ; “Arboviroses”, por Ezequias Batista, da UFF; “Epidemiologia”, por Ana Lucia Eppinghaus, da Coordenação de Vigilância; “Metódo Wolbachia”, por Gabriel Sylvestre da Fiocruz; “Aedes aegypti”, por Denise Valle da Fiocruz. No segundo dia de Seminário (10), as temáticas e debates se sucederam ao longo das seis palestras, que foram: 9h - “Biologia e Controle de Roedores” com Devylson da Costa Campos, do Centro de Controle de Zoonoses de Niterói; 10h - “Escorpionismo” com Claudio Maurício Vieira de Souza, do Instituto Vital Brazil; 11h - “Vigilância Epidemiológica das Principais Zoonoses e Doenças Transmitidas por Vetores em Niterói”, com Cynthia Braz Machado e Juliana de Freitas Amorim, da Coordenação de Vigilância em Saúde de Niterói; 13h30 - “Vigilância da Leishmaniose Visceral” com Viviane Moura Azevedo Nunes, do Centro de Controle de Zoonoses de Niterói; 14h30 - “Vigilância da Leishmaniose Tegumentar no Brasil” com Maurício Luiz Vilela, da FIOCRUZ; e 15h30 - “Esporotricose: uma Zoonose na Perspectiva da Saúde Única” com Elizabeth Martins da Silva da Rocha, da Universidade Federal Fluminense.

A palestra das 11 horas, sob fala das profissionais de enfermagem e membros da Coordenação de Vigilância em Saúde de Niterói, Cynthia Braz e Juliana de Freitas, deu foco a realização de um apanhado geral sobre diversos pontos e aspectos acerca de zoonoses e doenças transmitidas por vetores, como Leishmaniose visceral e tegumentar; Malária; Esporotricose humana; Esquistossomose; Leptospirose; Toxoplasmose gestacional e congênita. No decorrer da palestra, as convidadas apresentaram um quadro geral, expondo dados estatísticos (mapa com escala do país, gráficos de gênero/faixa etária, local provável de infecção e quantitativos dos casos registrados no município), diagnóstico, sintomas, ficha de notificação, casos suspeitos, locais de atendimento na rede, prevenção e medicamentosos para tratamento.

Ao final, a palestrante Cynthia que atua na Assessoria de Covid-19 na Coordenação de Vigilância em Saúde de Niterói e no Serviço de Vigilância Epidemiológica do Hospital Universitário Antônio Pedro, comentou sobre a importância da retomada de eventos como esse. “Retornar com esses eventos, principalmente quando a gente aborda as zoonoses , as arboviroses, apresentando para os profissionais de saúde, trazendo dados, informações e atualizações, para que possa subsidiar as ações dos profissionais que estão lá na ponta, a pensar em doenças zoonóticas transmitidas por vetores, para que eles tenham noção da doença, e de como ela se comporta no município. Então, a importância primordial deste evento é estar trazendo essas informações para estar subsidiando, mostrando para os profissionais a tomada de decisões.” O terceiro dia de evento foi marcado pela seguintes palestras: “Tungíase”, por Cláudio Alessandro Massamitsu da UFF; “panorama sobre Raiva no Brasil e RJ”, por Flávio Fernando Batista, da UFF e CCZ; “Animais Peçonhentos - Serpentes”, por Claudio Machado do Instituto Vital Brazil; e “Monkeypox”, por Hugo Costa de Souza do CCZ.

A varíola dos macacos é de importante apontamento, por ser uma doença recente que tem crescido em casos. Segundo Hugo: “o objetivo foi mostrar o histórico da doença, seus sintomas e com a ajuda da Rose foi apresentado os fluxos de atendimento”. De acordo com ele, os profissionais ficam com a capacidade de lidar com essa doença.

“A maior ferramenta que os agentes de saúde podem desenvolver é a informação. É ela que modifica os atos e estimula as melhores saídas para os desafios. É o conhecimento e a educação que levam para uma atuação mais qualificada e bem equipada refletindo em melhores serviços para a população”, afirmou o chefe do Departamento de Vigilância e Controle de Zoonoses (Devic), Francisco de Faria Neto, lembrando que Niterói está no caminho certo ao receber profissionais de outros 16 municípios no evento.

“Foram dias de muito aprendizado, a qualidade dos palestrantes foi de excelência.. E contamos com um público diversificado, temos biólogos, veterinários, estudantes e nossos funcionários. São eles que depois do seminário poderão multiplicar as informações, haja vista que fazem visitas domiciliares, levando mensagem educativa e fazem a inspeção dos vetores”, afirmou Fábio Vilas Boas, chefe do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ).