Em Niterói, o câncer é a segunda maior prevalência entre os óbitos, quantificado em 20% dos casos e atrás apenas das doenças cardiovasculares. No Brasil, foram 625 mil casos de câncer com 232 mil óbitos. Neste cenário, os participantes do evento relataram seus esforços em mitigar esse índice expressivo.

“Temos que ter a compreensão de que estamos todos juntos no mesmo barco”, disse o secretário de saúde de Niterói, Rodrigo Oliveira.

Segundo ele, desmistificando a separação entre Atenção Hospitalar e a Básica (AB) e com isso apostando numa rede de saúde mais unificada: “existe a prevenção dentro consultório e a realização de procedimentos na AB”.

O secretário citou melhorias para reorganizar a rede municipal: o Plano Municipal de Saúde Participativo que valoriza as linhas de cuidado; o incentivo financeiro de milhões em reformas e aquisição de equipamentos nas unidades de saúde; bem como a municipalização do Hospital Oceânico – que tinha sido arrendado do setor privado para o atendimento de casos de Covid-19 (em uma celeridade que salvou muitas vidas).

Luiz Santini, ex-diretor do INCA, enalteceu em sua fala a atuação do SUS de Niterói por suas ações sempre pioneiras em diversos campos da administração pública em saúde. Sobre o atendimento ao câncer nacionalmente expôs que é preciso avançar: “é necessário garantir a continuidade do tratamento ao paciente sem que ele fique com a atenção fragmentada pelo caminho”.

Já o diretor executivo da Fundação do Câncer, Luiz Augusto Maltoni, trouxe o histórico da instituição que surgiu em 1991. A entidade trabalha com assistência, informação, pesquisa, mobilização, Plano de Atenção Oncológica, consultoria, atenção à medula óssea, etc. Maltoni aproveitou para convocar os mais de 50 presentes: “Convidamos a todos a participarem no ano que vem do Prêmio Marcos Moraes, de reconhecimento de projetos de combate ao câncer”.

Em seguida, a consultora médica da Fundação, Flavia Miranda trouxe dados técnicos sobre o avanço do câncer no corpo humano. Finalizando a exposição, o epidemiologista Alfredo Scaff trabalhou com perspectivas para o futuro. “Devemos buscar pelo Registro Populacional de Câncer, que notificará os casos, e tentar erradicar o câncer de colo de útero – para o qual já temos vacina”, afirmou, lembrando também do programa Navegadoras de apoio às mulheres em tratamento de câncer.

O evento contou com a participação do vereador licenciado, Binho Guimarães, que informou sobre a sua lei Paulo Gonçalves que garante prioridade em filas para pacientes oncológicos.

Texto e foto: Rudá Lemos