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postheadericon Notifica SAMU: Dispositivo contra suicídio completa 5 anos

 

 

Passado o Setembro Amarelo, a sexta-feira (07/10) foi marcada pelo aniversário do Notifica SAMU, programa da Central de Regulação da região Metropolitana 2 do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, que completa 5 anos. O programa visa garantir o monitoramento, identificação e notificação dos casos de suicídio, em uma iniciativa do serviço inédita no país. A medida contribui para a Vigilância Epidemiológica e o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), oferecendo subsídios para políticas públicas nesta área da saúde.

 

Tema que não pode ser visto como tabu, o suicídio pode ser evitado com medidas preventivas como apoio familiar e o fortalecimento da rede de Saúde Mental. "Otimizar a notificação dos casos de suicídio é uma das formas de atuação para a prevenção, dentro da ótica humanizada do trabalho da Saúde Mental", afirmou o secretário de saúde Rodrigo Oliveira.

 

O surgimento do Notifica SAMU advém de outubro de 2017, quando a médica reguladora Dra. Isis D'Ávila procurou intrigada Olguimar Dias, a coordenadora da Educação Permanente e Vigilância das Urgências, sobre o alto número de atendimentos a tentativa de suicídio naquele dia: cinco ligações.

 

“A partir daí demos início a uma rotina para monitoramento dessas ocorrências para notificarmos as respectivas Secretarias de Saúde que compõem a Região Metropolitana 2”, afirmou Olguimar Dias, citando os municípios pertencentes: Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Tanguá, Rio Bonito, Maricá e Silva Jardim.

 

Segundo ela, com o crescimento do número de notificações e a necessidade de rapidez no envio das informações para as respectivas Secretaria de Saúde e Serviços de Vigilância e Saúde Mental, em janeiro de 2020 foram descentralizadas partes das ações do programa para as bases localizadas em cada um dos sete municípios.

 

“A adesão por parte de todos os Coordenadores das Bases foi imediata. Criamos então o time de Agentes Locais de Vigilância. São técnicos de enfermagem e enfermeiros indicados e capacitados para atuar diretamente com os profissionais que tripulam as ambulâncias para identificação dos casos e a devida notificação”, explicou.

 

De acordo com ela, os profissionais tanto da Central quanto das bases, são trabalhadores sensíveis à causa. “Procuram sempre oferecer um atendimento humanizado e eficaz neste momento em que a vida daquele indivíduo está sob risco”, elogiou.

 

“Dados da OMS indicam que somente cerca de 25% das pessoas que tentam suicídio procuram assistência médica, logo já existe uma subnotificação desses casos”, afirmou Tamires Souza, Coordenadora da Vigilância Regional.

 

Tamires relembra de um caso que a marcou durante o trabalho do Notifica SAMU, sobre um rapaz que teve tentativas sucessivas no município de Tanguá. “Com a interlocução com outros setores, conseguiram colocá-lo em uma Residência Terapêutica e desde então ele segue em tratamento e não tentou suicídio novamente”, contou.

 

“A importância do programa está em levar ao conhecimento dos gestores o quantitativo e perfil epidemiológico para auxiliar na criação de políticas públicas de prevenção, e além disso, possibilitar que esse paciente seja absorvido pelo serviço de Saúde Mental do município afim de evitar novas tentativas e o suicídio consumado”, sintetizou.

 
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