Novembro Azul e Negro se unem em debate virtual
O Comitê Técnico de Saúde da População Negra e a Subsecretaria de Promoção da Igualdade Racial de Niterói (Supir) promoveram na última quinta-feira (17/11) a live “Precisamos falar sobre a Saúde do Homem: uma união do Novembro Azul e Novembro Negro".
Na ocasião, o assistente social Leandro Rocha apresentou as interfaces entre os dois campos. "No conceito de saúde mais abrangente, a saúde tem determinantes como as condições em que uma pessoa vive e trabalha, não sendo avaliados somente pelas doenças, mas relacionados à qualidade de vida".
Segundo ele, as expressões da desigualdades estão ligadas às diversas iniquidades em saúde, como a raça. "A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra foi criada em 2006 e preconiza a inclusão dos temas racismo e saúde da população negra nos processos de formação e educação permanente dos trabalhadores da saúde e no exercício do controle social da saúde", afirmou.
Leandro citou uma lista de formas que o homem negro tem sua saúde afetada: machismo; violência; insegurança alimentar; precarização das relações trabalhistas; restrição do direito de ir e vir; acesso à informação de qualidade; acesso aos serviços públicos; e apagamento/deturpação da cultura e da imagem.
Por outro lado, como mostras do avanço no combate ao racismo, Leandro lembrou do professor que viralizou com a música para as crianças aceitarem seus cabelos, o grupo de apoio "Pais pretos presentes"; o documentário " O silêncio dos homens" que trata sobre masculinidades; e a cultura do afrofuturismo, como no filme "Pantera Negra".
O debate foi mediado pelo assistente social Eli Geovane e teve abertura do presidente do Conselho Municipal de Saúde, Joaquim Jorge. Segundo ele: "Estamos no momento em que precisamos ganhar tempo orientando e incentivando os nossos para que sejam resistentes em relação ao racismo".
A live está salva e pode ser conferida no link: www.bit.ly/livesaudedapopnegra