SAMU Metro 2 organiza seminário sobre Janeiro Branco
Na percepção que tanto os profissionais de saúde como os usuários dos serviços precisam estar com a Saúde Mental em dia, a Regional do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) da Metropolitana 2 realizou um Seminário sobre o Janeiro Branco na terça-feira (31/01) no auditório da Universo.
Em discurso de abertura, a coordenadora de Educação Permanente e Vigilância das Urgências do serviço, Olguimar Dias afirmou: “ os agravos de saúde saúde mental são a 2ª maior causa de procura pelo SAMU - são números que possuem CPF, nome, família e amigos e poderia ser nós mesmos ou um dos nossos. Então precisamos estar sensibilizados com essa situação”. Fazendo um retrospecto histórico, da importância de se envolver com as causas da urgência, Olguimar comemora conquistas como a portaria 2048/2002 que regulamenta a política de urgência e emergência no Brasil e que instituiu, entre os seus componentes, o SAMU. “É um serviço que tenho orgulho em fazer parte”, celebrou.
Ao que passamos para uma palestra sobre "Autoestima e autoamor". “Do que adianta conhecer as coisas se não lidamos com as emoções?” Foi com essa provocação que o psicólogo Cristiano Mollo começou sua palestra. O profissional apresentou a história do mês temático - o Janeiro Branco está em sua 10ª edição após início na cidade de Uberlândia (MG). Sua função é trazer reflexões: questionamento sobre o padrão de beleza imposto pelo marketing, os enquadramentos da sociedade, o problema do alcoolismo, o sistema educacional de modelo bancário, com o professor centralizado como senhor do saber. Estes são alguns dos elementos que Cristiano cita como gatilhos contra o bem-estar daqueles que não se adaptam a estas imposições. “Não tenha uma vida sem sentido. É preciso saber que ela é feita de escolhas e renúncias. Somos donos dessas escolhas e devemos assumir suas responsabilidades, na busca do equilíbrio das emoções e das ferramentas para melhorá-la”, explicou.
Na sequência, tratando sobre o programa Notifica SAMU criado em 2017 pelo serviço Tamires Souza relatou sobre esse dispositivo que registra e faz o acompanhamento de pessoas que passaram por tentativas de suicídio. “Conseguimos estabelecer contato com a rede de Saúde Mental para acolher essas pessoas e que elas tenham tratamento”, afirmou. Em seguida, Farlem Silveira trouxe o “olhar além das técnicas”. Diferenciando o trabalho automático do serviço humanizado, Farlem estimulou que os profissionais pensem no outro como uma totalidade para garantir a ajuda efetiva para aqueles que pedem socorro.
Na parte da tarde, Ana Laura Biral tratou de “Metodologias ativas no processo de ensino-aprendizagem”. Segunda a mesma, o trabalho do profissional de saúde deve construir uma simbiose entre ação e reflexão. O trabalhador deve tomar decisões e se adaptar, numa perspectiva de formar multiplicadores que espalhem os bons ensinamentos. Entre as ferramentas de aprendizagem, Ana Laura ressalta a importância de modelos como simulação realística (com a utilização de objetos) e o debriefing (aprendizagem por meio da experiência).
Por fim, Arindha Rossignoli indicou a postura que o profissional deve ter com as pessoas acometidas por crises de ansiedade: acolhimento, comunicação terapêutica e escuta ativa; observação do cenário (se há riscos); controle da respiração; e relaxamento muscular. “O quanto dói na pessoa, só ela sabe, o que precisamos ter é empatia no momento”, afirmou.
Estiveram presentes os profissionais gerais do SAMU, bem como os coordenadores da base dos 7 municípios da Metropolitana 2: Niterói, São Gonçalo, Maricá, Itaboraí, Tanguá, Rio Bonito e Silva Jardim. Ao final, os multiplicadores (aqueles que disparam as informações para os outros profissionais do SAMU) receberam novos certificados pelo trabalho exercido.