Pelo Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson (D.P.), no dia 11 de abril, a Assessoria de Comunicação (ASCOM) da SMS realizou uma entrevista com a Associação Fluminense de Reabilitação (AFR) em equipe formada por Tahiana Baptista Monteiro (Psicóloga); Shirley de Medeiros Leite (Terapeuta Ocupacional); Lúcia Helena Pereira Assad (Fisioterapeuta); Clarissa Costa Morais (Fonoaudióloga).

A AFR pertence à rede conveniada do SUS de Niterói.

1) Por que essa doença crônica é tão degenerativa?

Porque ela ocorre em função da morte dos neurônios que produzem a dopamina - neurotransmissor    essencial para diversas funções cerebrais. Com a redução da dopamina, o paciente vai perdendo a capacidade de controlar ou iniciar seus movimentos.

2) Quais os principais mecanismos de prevenção contra a doença?

Uma vez que não existe uma causa exata para a D. P., definir maneiras ou métodos de prevenção também é uma tarefa difícil.

Entretanto, manter a saúde do corpo é um dos primeiros meios para fugir de doenças.

3) Como estão os avanços para o tratamento, como o surgimento da medicação Pramipexol?

Pramipexol é um medicamento usado para tratar a D.P. que pode ser usado como monoterapia ou associado com o levodopa. Ele atua no cérebro aliviando os problemas motores e protegendo os neurônios dos efeitos muitas vezes nocivos da levodopa. Melhora a capacidade de movimentos reduzindo tremor, rigidez, lentidão e instabilidade postural.

O pramipexol é um antagonista de levodopa.

4) Como estão as evoluções na ciência e expectativas para garantir mecanismos de regular a dopamina no cérebro?

Existem muitas formas de aumentar os níveis de dopamina no organismo. Seja através de alimentos e suplementos específicos ou atividades cotidianas que geram prazer e sensação de felicidade.

A prática de exercícios físicos, meditação, yoga ou ouvir uma boa música aumentam os níveis de dopamina, melhorando o foco e a concentração. Atividades manuais e passatempos também aumentam a dopamina e são recomendados no tratamento de doenças como o Parkinson.

Alguns alimentos ricos em tirosina e até fórmulas manipuladas que contenham substâncias precursoras do neurotransmissor também são recomendadas.

5) Como é o trabalho de fisioterapia para esses pacientes?

A Fisioterapia busca diminuir a disfunção física permitindo que o paciente de Parkinson realize atividades do seu dia a dia com maior eficiência e independência possível.

Atua nos distúrbios motores realizando exercícios de alongamento, mobilização, força muscular diminuindo assim a rigidez, mantendo a mobilidade e melhorando as alterações posturais que provocam tantas dores nos usuários.

Em pacientes mais avançados, a fisioterapia deve ser voltada principalmente para as tarefas mais cotidianas como auxiliar nas mudanças de decúbito, como sentar e levantar, virar no leito, ir ao banheiro, etc.

6) De que maneira a doença afeta a fala, dependendo dos serviços de um fonoaudiólogo?

Pacientes portadores da doença de Parkinson, que tendem a desenvolver perda da intensidade vocal, além do comprometimento na articulação e mobilidade da região das estruturas orofaciais. Isso causa prejuízos que impactam no processo da deglutição e fluência da fala que causam a Disfonia que se refere ao distúrbio que deixa a voz em tom mais inaudível. A disartrofonia é a dificuldade para articular as palavras e disfagia se define pela dificuldade em engolir os alimentos.

7) Como a terapia ocupacional pode ajudar no tratamento dos pacientes?

A Terapia Ocupacional  nos pacientes com Doença de Parkinson tem como objetivo prevenir e amenizar perdas funcionais e quadros de dependência tendo como um dos focos o impacto sobre as atividades básicas e instrumentais de vida diária, tais como: dificuldade para vestir e despir roupas, calçados, na alimentação e nos movimentos em geral, incluindo ações que exercitam a coordenação motora fina e ampla, as funções manuais, a estimulação cognitiva, técnicas de relaxamento e respiração, indicação de adaptações e equipamentos de segurança para facilitar no cotidiano.