Contra a violência ao idoso, Saúde de Niterói está em alerta
Em mês marcado pelo Junho Violeta, contra a violência em pessoas da 3ª idade, é importante ressaltar os dispositivos essenciais das unidades de saúde de Niterói: os grupos de idosos - são seis deles na cidade, dentro da perspectiva de Envelhecimento Saudável, recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O Saber Viver da Policlínica Carlos Antonio da Silva, em São Lourenço, por exemplo, é um desses agrupamentos que presta acolhimento e ocupação para a população idosa nas segundas e quartas. Lançado em 2017, realiza diversas ações como atividades de socialização, terapia ocupacional, dinâmicas, estímulos cognitivo/motor/sensorial; além da realização de passeios culturais.
No amparo à violência (no caso de suspeitas de agressões físicas, psicológicas e/ou patrimoniais), a equipe multidisciplinar está atenta nas relações sociais e familiares, fazendo orientações quando necessário.
"A medida que fortalecemos os vínculos e redes de apoio desses idosos e os tornamos mais conscientes e fortalecidos, também prevenimos casos de violência, principalmente no âmbito familiar", afirmou Fernanda Pinto, Assistente Social da Policlínica.
Esse diálogo com o Serviço Social, bem como com a Psicologia dentro das unidades de saúde são as recomendações de denúncias de casos de violências.
“Através do diálogo com profissionais da rede de saúde, podemos identificar as situações que se configuram como violência, possibilitando atuação efetiva de diversos outros órgãos públicos”, afirma Gildete Ferreira, Coordenadora do Programa da Saúde do Idoso (DESUM-VIPACAF), citando também o Disque 100 - uma estratégia de defesa a nível nacional.
Dentro das estratégias locais, os profissionais de saúde podem utilizar o formulário do SINAN, que será enviado para Promotoria de Justiça e da Pessoa com Deficiência de Niterói - órgão do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro; bem como para Coordenação de Vigilância em Saúde de Niterói (COVIG) - além da necessidade de manter uma via consigo no prontuário do paciente. Quando a denúncia envolver mulheres, outra cópia deve ser enviada à Coordenadoria de Políticas e Direitos das Mulheres (CODIM).
O "Projeto de Vigilância das Regionais de Saúde de Niterói", de parceria COVIG e DESUM-VIPACAF tem o também o objetivo de identificar os casos de violência, o envio de informações para as unidades de Atenção Básica e a realização de reuniões intersetoriais sobre o tema.
Dados da Violência no país - Mais de 47 mil denúncias de violência contra pessoas idosas foram registradas em 2023 pelo Disque 100 segundo a Ouvidoria Nacional do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC). Trata-se de um aumento de 87% em relação a 2022. Entre as 282 mil violações estão: violência física, psicológica, exploração financeira ou material e negligência. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2022 a parcela da população brasileira com 60 anos ou mais de idade era de 14,7% do total. Em números absolutos, são aproximadamente 31,2 milhões de pessoas.
A OMS define as situações de violência contra idosos como ações que interferem na integridade física e emocional deles, impedindo ou anulando seu papel social.