A Fundação Estatal de Saúde de Niterói (FeSaúde) concluiu em dezembro o segundo ciclo de diagnóstico situacional da assistência em saúde com profissionais que atuam no Programa Médico de Família (PMF). Implementada em 2022, a metodologia de planejamento e avaliação dos serviços oferecidos à população niteroiense tem gerado resultados muito positivos, demonstrando sua eficácia e importância.

Além de rever os processos, os encontros também têm como objetivo reconhecer as necessidades e os desafios da Atenção Primária à Saúde (APS), de forma a possibilitar a elaboração de novas estratégias para aumentar a satisfação dos usuários a partir de melhorias na qualidade da assistência em saúde.

Brena Tostes, gerente de Atenção Primária à Saúde da FeSaúde, explica como se deu esse novo ciclo e quais as melhorias foram implementadas desde o ano anterior:

"Neste ano foram 12 encontros com as lideranças das 43 unidades do PMF. Em 2022, encerramos o ciclo de diagnóstico com um apontamento muito importante para as unidades de saúde sobre a necessidade de qualificar a base de cadastros do PMF. Por isso, implementamos o sistema de Prontuário Eletrônico do Cidadão do Ministério da Saúde (MS), também conhecido como PEC e-SUS e focamos na correção das inconsistências cadastrais encontradas".

Todas as unidades do PMF passaram a utilizar a ferramenta de informação que é fornecida pelo Ministério da Saúde, de forma que todos os dados produzidos passam a migrar automaticamente para o banco de dados nacional do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB).

"Isso é um grande avanço porque permite qualificar o planejamento das ações em saúde, a partir da definição dos perfis epidemiológico e sociodemográfico da nossa população, como também avançar na cultura de monitoramento em saúde e do acompanhamento de indicadores. Sem falar no que representa de captação de recursos federais para o município", comemora Tostes.

O diagnóstico deste ano também permitiu conhecer e entender processos de trabalho que foram implantados ou reformulados ao longo dos últimos 12 meses. Segundo a gerente, uma das inovações praticadas ao longo de 2023 foi a implantação do aparelho de eletrocardiograma nas unidades do PMF.

"Essa ação permitiu uma qualificação do cuidado oferecido ao usuário e o aumento da resolutividade da APS, possibilitando a realização de risco cirúrgico nas unidades, além de garantir um melhor manejo das doenças cardiovasculares, seja nas urgências ou na detecção precoce de lesão de órgão-alvo. Ter estes recursos tecnológicos que garantam o cuidado inicial na principal porta de entrada do sistema de saúde é uma estratégia da qual percebemos já fazer diferença para os cidadãos", complementa Pedro Corrêa, RT médico institucional da FeSaúde.

A informatização de 100% (cem por cento) das unidades do PMF, junto com outras intervenções de melhoria na infraestrutura, treinamentos e qualificação de processos, possibilitou também o aumento na coleta de citopatológico (exame para rastreamento do câncer de colo do útero), maior acesso às consultas médicas, odontológicas e de enfermagem, além de um aumento considerável na vacinação.

Foto e texto: Ascom FeSaúde