Servidora em foco: Nutricionista Andréa Garcia
Trinta anos de carinho e dedicação
Aos 55 anos de idade, a nutricionista Andréa Garcia de Sá passou a maioria desses anos a serviço da saúde pública de Niterói. Essa semana ela completou a expressiva marca de 30 anos atuando no Hospital Municipal Carlos Tortelly, a data não passou em branco e foi comemorada com bolo e festa e na presença dos amigos que fez nessas três décadas de atuação.
Ela conversou com a nossa reportagem e revelou um pouco da sua história que começou como diarista beira-leito, sua paixão, até ser convidada para gerir a sessão de Nutrição da unidade.
Saúde em Pauta: Como é chegar a essa marca de 30 anos trabalhando no HMCT?
Andréa: Inacreditável, porque é uma vida inteira e ao mesmo tempo passou sem eu perceber. Mesmo sendo diarista, nunca me senti desanimada ao ir de segunda a sexta trabalhar no mesmo local, presenciando situações críticas de saúde da população.
SeP: O que mudou no seu trabalho nessas três décadas?
A: Sempre trabalhei na assistência, onde atuei nas enfermarias de SIDA, CTI e eventualmente em outros setores da unidade por quase 24 anos. Em dezembro de 2017 fui convidada pela FMS para coordenar a Sessão de Nutrição, sendo muito bem recebida nessa nova função pela direção do HMCT. Nunca havia passado pela minha cabeça ocupar um cargo de gestão e no início foi difícil abandonar a assistência beira-leito, para assumir outras atribuições burocráticas. Aos poucos fui me adaptando e com o apoio, parceria e confiança depositada pelo meu diretor Dr. Ubiratan Ramos e da minha equipe maravilhosa de Nutrição, foi possível me reinventar e desenvolver meu potencial na gestão.
SeP: Quando você começou, imaginou trabalhar tanto tempo em um hospital?
A: Na verdade não imaginava trabalhar em um hospital e sim em um ambulatório talvez. Quando fui convocada, visitei as unidades de saúde disponíveis e decidi ficar no CPN, antigo nome do HMCT. Fui muito bem recebida pela chefia de Nutrição na época (Sandoval), mas a vaga era para assistência aos pacientes internados na SIDA e CTI e não ambulatório. Iniciei então na assistência hospitalar beira-leito e me apaixonei por isso.
SeP: Em todos esses anos quais foram os momentos mais especiais para você?
A: Ahhh, tive tantos momentos marcantes, que é difícil definir. Na verdade, a minha rotina diária é sempre muito gratificante, apesar de todo stress, porque trabalho com amor ao que faço e amo minha equipe.
SeP: E quais os mais desafiadores?
A: O período inicial da SIDA, onde a doença era avassaladora e CTI, sendo que eu era totalmente inexperiente. A transição para a Coordenação também foi difícil, pois não conseguia abandonar a assistência. Sentia muita falta de estar em contato direto com os pacientes. Ao mesmo tempo, era um desafio ter que gerir uma equipe inteira, onde até então éramos amigos e não queria quebrar esse vínculo.
A pandemia COVID foi um desafio monstruoso, tivemos que lidar diariamente com situações críticas e nos reestruturar. Assim como, com a evolução do HMCT tudo ficou em maior proporção.
O momento atual de transição para uma OS, onde permaneci dentre pouquíssimos servidores, na tentativa de dar continuidade ao meu legado. Sigo lutando.
SeP: Pretende seguir por mais tempo?
A: Bem, não faço ideia de quanto tempo, mas pretendo seguir na ativa, talvez quem sabe até a expulsória (risos). Amo o que faço e penso que ainda tenho bastante a contribuir.
SeP: Por fim, deixe um recado para os novos servidores que possam estar lendo essa matéria.
A: Faça o que ama e ame o que faz. Dedique-se ao máximo e cuide do outro como se estivesse cuidando de um familiar seu. Incomode-se, haja, questione e abrace a causa por um SUS melhor.