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postheadericon Gresc Põe pra Fora promove festa de Páscoa no dia 8

Evento reunirá usuários, familiares, amigos e funcionários de unidade de saúde


O Grêmio Recreativo Social e Comunitário “Põe pra Fora” (Gresc-PPF), que reúne semanalmente pessoas atendidas pelo SUS no inusitado Programa Ousadia Comunitária em Saúde Social, sediado na Policlínica Regional Sérgio Arouca, promoverá no dia 8 de abril, quarta-feira, às 9h, a Grande Festa da Páscoa e a  criação do clube “Põe pra Fora Sorrindo”, formado também por usuários, familiares, amigos e funcionários da unidade.

O objetivo dos encontros é dar vez e voz aos participantes. O evento acontecerá nos jardins da unidade, situada na Praça Vital Brazil, em Santa Rosa, Niterói, RJ.

A criação do clube vai ao encontro de um antigo desejo do coordenador do grupo, o médico psiquiatra, Daniel Chutorianscy, que está às vésperas de se aposentar. “Como tudo na vida, o tempo é tudo, tempo de começar e finalizar. Chegou o meu tempo de aposentadoria, mas aposentar não significa abandonar, achamos que seria injusto não continuar a “pôr pra fora sorrindo com todos”", comentou. Segundo ele, continuar refletindo de uma forma cidadã essas e outras questões que envolvem a alma humana, levou a criação do clube, “com um gosto de quero mais especial”.

Os encontros mensais, às segundas quartas-feiras de cada mês, sempre às 9h, no jardim da unidade, serão sempre criativos e participativos,  onde não há taxas, mensalidades, prontuários, somente a participação coletiva. em tempo, continuamos as proposições sociais com a criação do clube e a terapia de grupo para terceira idade


De acordo com Chutorianscy, o grêmio e o clube poderiam, por exemplo,  ser uma grande banda musical, que  “não desafina”, utilizando a criatividade do coletivo, do ritmo, do som e da ousadia de uma bela melodia.


O modelo de atenção “põepraforista”: todas as segundas e quartas-feiras pela manhã, pontualmente às 9h, apenas seis pessoas são agendadas. E por que seis? Não é um numero exotérico. É para dar tempo suficiente de ouvir cada pessoa com cuidado e atenção, já que a queixa principal é que o médico, o patrão, a sociedade ou a família não a ouvem suficientemente, ou nem a ouvem. E o que fica é a mágoa e a frustração do que ainda está por ser dito e ouvido: “eu quero ser ouvido com atenção e colocar pra fora o que está travado, direito mais que natural”, disse Daniel.


Antes do atendimento individual, explica Daniel, todos são chamados para formar um grupo “Põe prá Fora”, inclusive os acompanhantes e parentes. Assim,  são formados os grupos do gresc, rompendo a tradição de  esperar pacientemente a vez de ser consultado, tendo pouco contato com as demais pessoas e sendo, de certa forma,  infantilizados.


O Gresc “Põe pra Fora” nasceu da necessidade das pessoas que são chamadas de “pacientes” colocarem literalmente para fora a mágoa, a tristeza, a falta de cidadania. O “medicamento mágico”, segundo Chutorianscy, é o afeto, “o melhor remédio do mundo, que serve para todos”. O afeto é o único “remédio que não tem contraindicação”, enfatiza. Resgatar valores, sentimentos, ser reconhecido, se cidadanizar como pessoa,  ser ator da sua própria existência, pensar, falar, participar, e não viver com a eterna angústia e frustração de não conseguir mudar. Tudo isso, junto e misturado, é a essência do grêmio. “E o custo do remédio é zero, o resultado, dez”.
 
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