Na prerrogativa de reduzir a mortalidade materna, fetal e infantil, a Fundação Municipal da Saúde (FMS) realizou curso na sexta-feira (8) para profissionais da rede pública de saúde de Niterói. O curso visou a sensibilização e capacitação para preenchimento das fichas de investigação de óbito.

Os profissionais das unidades de saúde devem preencher corretamente as fichas e encaminhá-las para a Coordenação do Observatório de Saúde (COOBS) e Vigilância em Saúde (COVIG). De lá, o material segue para a análise do Comitê de Prevenção e Controle de Mortalidade que propõe sugestões para manter os níveis de mortalidade mais baixos possíveis. Como complemento do preenchimento das fichas, há a visita domiciliar para extrair informações.

Titular deste Comitê, a médica epidemiologista Monica Stavola iniciou os trabalhos do curso ao expor dados dos óbitos separados por categorias como idade; unidades de saúde (públicas ou privadas); causas (como complicações na placenta e problemas respiratórios); peso (no caso de óbito fetal); entre outros índices. Da sua exposição é de ressaltar a queda vertiginosa entre 1979 e 2015 de óbitos infantis - nos neonatais (até 27 dias) e, principalmente, no pós-natal (até um ano). A redução segue tendência mundial derivada da criação de programas de saúde, como o de aleitamento materno.

Em outra mesa, Helen Campos, Ana Luiza Dorneles e Vera Oliveira discursaram sobre o histórico da vigilância de óbitos (derivado da luta do movimento feminista), suas portarias (como a de 2008) e a criação destes Comitês (desde 1998). “A finalidade desse encontro é para que não tenhamos mais mortes não esclarecidas”, afirmou Helen Campos, enquanto Vera Oliveira, da Saúde da Mulher, ressaltou a importância da rede fortalecer o pré-natal.

O evento, organizado pelo Departamento de Supervisão Técnica e Metodológica (DESUM), seguiu pela tarde com a participação da médica sanitarista Denise Helena que detalhou sobre a adequação do preenchimento das fichas. O curso contou com participação de mais de 100 profissionais. Perguntada sobre a importância desse encontro, a enfermeira da UBS do Barreto, Graça Mota, disse que “profissionalmente, está dando oportunidade de reavaliar o que já faço no dia a dia e sensibilizar para daqui por diante poder trabalhar de uma forma muito mais consciente, profissional e humana”.