Doação de medula óssea tem semana de conscientização
Do dia 22 até 28 de agosto, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) junto à Fundação Davida realizou a Semana Municipal de Mobilização e Conscientização Para Doação de Medula Óssea e Cordão Umbilical em Niterói. As faculdades Anhanguera e Universo receberam informativos sobre a importância da doação e foram realizados eventos culturais na Praça Arariboia, Horto do Barreto e Campo de São Bento.
"Estamos apoiando e participando ativamente dos eventos da Semana de Conscientização de Doação de Medula Óssea. É muito importante mobilizar e informar a população sobre esse tema de extrema importância, principalmente para que o número de doadores cresça, aumentando as chances de salvar vidas", destaca a secretária municipal de Saúde, Maria Célia Vasconcellos.
Instituição que organizou o evento, a Fundação Davida existe há 5 anos com sede em Itaipu. De acordo com sua administradora, Cristina Figueroa: “Essa obra social nasceu da dor, quando eu perdi um filho para leucemia e então me juntei com amigos e familiares na transformação da dor em amor ao próximo. Eu sei o que sente uma mãe sem um doador e eu queria que ninguém vivesse isso”. Cristina afirmou que a parceria com a Prefeitura de Niterói foi fundamental, pela elaboração da cartilha informativa e para o uso do espaço público para a promoção da doação. Sua expectativa é que Niterói se torne uma referência nesse aspecto.
Em todos os eventos culturais da programação da Semana de Conscientização, contou-se com a participação do grupo Arte de Dançar. O projeto tem 21 anos, se concentra no Horto do Barreto e reúne jovens, idosos e pessoas com deficiência na dança de diversos estilos musicais. Segundo o coreógrafo e coordenador, Luciano Motta, na parceria com a Prefeitura de Niterói o grupo também se apresenta em hospitais e comunidades carentes. “A dança chama atenção. A dança é saúde. Estamos aqui conscientizando a população para a doação de medula óssea e resgatando a auto estima de quem está aqui dançando”, afirmou. No evento Campo de São Bento, que fechou a Semana no domingo (28/08), tiveram outras apresentações culturais: capoeira do Grupo Terranossa do Mestre Cid; personagens fantasiados da Sofia Eventos; e coral More, com moradores da Vila Ipiranga que se apresentaram nas Olimpíadas.
A importância da doação da medula óssea se vê refletida na dificuldade do encontro da total compatibilidade entre doador e receptor: 1 em 100 mil no Brasil; e de 1 em 1 milhão em todo mundo. Participando da Fundação Davida, entregando material informativo a quem passava, Tamayra Martins, de 23 anos, descobriu que tinha mielodisplasia (SMD) há dois anos: “estou na fila de transplante na expectativa de encontrar um doador e assim voltar a jogar handebol”. Tamayra fazia parte da seleção brasileira de handebol feminino e provavelmente teria jogado as Olimpíadas não fosse a doença.
Para quem quer participar desse ato de caridade que é doar medula óssea, foi marcado no dia 16 de setembro, das 8h às 17h, um cadastramento na faculdade Anhanguera (Rua Visconde do Rio Branco, 137) realizado pelo Hemorio. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) também aceita doações.
Doação - A doação de medula óssea e cordão umbilical pode beneficiar o tratamento de cerca de 80 doenças em diferentes estágios e faixas etárias, como leucemias agudas e crônicas, linfomas de Hodgkin, anemia falciforme e imunodeficiências congênitas.
Para ser um doador, é necessário ter entre 18 e 54 anos e estar saudável. Após uma entrevista e coleta de uma amostra (5 a 10ml) de sangue para a tipagem de HLA (características genéticas importantes para a seleção de um doador), os dados são inseridos no Redome e, sempre que surgir um novo paciente, a compatibilidade será verificada. Uma vez confirmada, o doador será consultado para decidir quanto à doação.
O procedimento de doação pode ser feito com coleta de material pela veia, em que o procedimento dura poucas horas e, quando termina, o doador é liberado. Outra forma é em um ambiente cirúrgico, realizado com anestesia geral ou peridural. Neste caso, exige-se internação de, no mínimo, 24 horas.
Já o sangue do cordão umbilical do recém-nascido é rico em células-tronco, que são capazes de se diferenciar nos diversos tipos de células do sangue. Por isso, o sangue nele contido pode ser doado, e deve ser armazenado em baixíssimas temperaturas, com o objetivo de utilizá-lo em tratamentos e transplantes.