Saúde e UFF fazem Campanha contra Sífilis Congênita
Para comemorar o 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, o setor de DST/Aids da Universidade Federal Fluminense (UFF) e dos Programas Médico de Família e Consultório de Rua, da Fundação Municipal de Saúde (FMS), realizaram campanha de mobilização da população contra a Sífilis Congênita. Presente na ocasião, o secretário municipal de Governo, Roberto de Souza Salles, participou da campanha e fez o teste.
Cerca de 30 pessoas, sendo 18 homens e 12 mulheres, em sua maioria jovens entre 21 a 30 anos, fizeram o teste rápido para a doença, no Instituto de Matemática da UFF, no Campus do Valonguinho. Um dos testes deu positivo e o interessado agendou nova coleta de sangue para um exame mais aprofundado no Laboratório Miguelote Viana, da FMS. Se o diagnóstico for confirmado, a pessoa será encaminhada para tratamento na Rede Pública Municipal de Saúde.
Segundo o chefe do setor de Doenças Sexualmente Transmissíveis da UFF, Mauro Romero Leal Passos, a mulher era o público alvo, em especial as gestantes, mas foi surpreendente a adesão masculina. Com o mote “Mulher, você pode viver melhor a sua liberdade com consciência e cuidado!”, o evento teve como objetivo sensibilizar os públicos feminino e masculino para a necessidade do diagnóstico e da prevenção, incentivando o uso do preservativo durante a relação sexual.
O teste para sífilis também foi realizado nas unidades básicas de saúde do município, das 8h às 17h. De acordo com Mauro Romero, foi recomendado as mulheres para que fizessem o teste rápido, com resultado sendo obtido em apenas 15 minutos. Com o diagnóstico positivo, o que é chamado de “reator”, o paciente passará por tratamento de eficácia comprovada, bastando apenas quatro doses de penicilina benzatina, aplicadas nos braços e nas nádegas, com intervalo de uma semana.
Para a psicóloga do Programa Consultório de Rua, da Fundação Municipal de Saúde, Joana D’Angelo Felipe, o mesmo trabalho também é feito com os moradores de rua. No caso das grávidas, uma das maiores preocupações se deve a possibilidade da doença ser transmitida da mãe para o feto, a chamada sífilis congênita, que pode inclusive matar o bebê ainda no ventre da gestante. Neste caso, é preciso que a penicilina seja administrada com, pelo menos, 30 dias de antecedência do parto.
Os números
Dados do Ministério da Saúde apontam que existem 19.228 casos de sífilis congênita no Brasil, com o registro de 221 óbitos, apenas no ano de 2015. Dessas 221 mortes, 60 delas ocorreram no Rio de Janeiro, estado campeão nacional de registro de óbito fetal por sífilis. Nos últimos cinco anos, a doença apresentou um avanço alarmante, passando de 1,2 mil para 65 mil casos.
A doença
Surgida no século XV, a sífilis é uma doença infecciosa transmitida pela bactéria Treponema pallidum, que tem duas formas de contágio: pela relação sexual, sem o uso de preservativo, e pelo sangue contaminado, transmitido da mãe para o filho durante a gestação. Os sintomas aparecem e somem de forma repentina, o diagnóstico pode ser retardado para quando estiver instalada. Nas crianças, com o tratamento adequado é possível reverter os sintomas da enfermidade, que pode comprometer os sistemas nervoso central e cardiovascular, além de órgãos como olhos, ossos e pele.