HPJ reuniu profissionais e pacientes em peça de teatro
“Como eu queria ser normal”, nova peça do psiquiatra Daniel Chutoriansy reuniu profissionais de saúde e pacientes do Programa Municipal de Saúde Mental, da Fundação Municipal de Saúde (FMS). O espetáculo, que dá início à programação do Mês da Luta Antimanicomial, estreou na tarde desta sexta-feira, às 15h, e foi encenado no novo auditório do Hospital Psiquiátrico de Jurujuba (HPJ), unidade integrante da Rede Pública de Saúde de Niterói, em Charitas.
A ideia de se oferecer aos pacientes algo diferente dos tratamentos convencionais surgiu quando Daniel Chutorianscy convidou o colega e diretor do hospital, Raldo Bonifácio, para uma entrevista no programa de TV - “Pulando a Cerca” - apresentado por ele e veiculado na Unitevê (www.uniteve.uff.br ou www.
Acompanhado de três pacientes, Denílson, poeta; Renato, gaitista; e Rafael, excepcional pintor, Raldo acreditou que a ideia poderia render e deu início à produção. O texto é de Chutorianscy. Segundo ele, poucas vezes a televisão mostrou tanta lucidez por meio de pacientes frequentadores de um hospital psiquiátrico.
Algumas semanas depois, Raldo e seus três pacientes retornaram ao Pulando a Cerca. Rafael aproveitou para pintar um quadro ao vivo. Renato musicou o programa, e Denílson voltou a abordar o tema - a “Loucura Dividida” questionando a normalidade.
A peça
Por sugestão de Daniel Chutoprianscy, foi criado o Grupo de Teatro Pulando a Cerca, sediado do HPJ, que terá futuramente apresentações abertas ao público. “Já começamos! Num ato coletivo de solidariedade e lucidez entre profissionais e pacientes, a ideia é colocar a loucura para fora dos muros do hospital, questionando a normalidade e a anormalidade, a saúde e a doença mental”, finalizou Chutorianscy.