Bloco Loucos Pela Vida se prepara para o Carnaval
Com a proximidade do Carnaval, os blocos de rua se organizam para as festividades. Na terça (21/01), o Centro de Convivência e Cultura organizou seu intervalo musical no Quiosque da Magrinha na praia de Charitas como parte dos preparativos do desfile do bloco Loucos Pela Vida. Com 17 anos, a agremiação reúne usuários de todos os dispositivos da Saúde Mental, profissionais da área e a população de Niterói que queira participar. Este ano, o desfile está marcado para o dia 13/02, às 15h, com concentração na estátua de Arariboia no Centro. O evento faz parte da agenda cultual do projeto Artes e Expressão a Vista do Centro de Convivência que oferece atividades culturais para pacientes psiquiátricos, na ajuda de seus tratamentos psicossociais.
Após as eliminatórias para escolha do samba em dezembro de 2019 com o enredo "Tempo - Minha Alucinação", o samba vencedor foi cantado, assim como outros sambas concorrentes, sambas de outras edições do bloco e grandes clássicos do estilo. A psicóloga Angela Carvalho do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Casa do Largo, junto com seu marido Miguel Fonseca, foi a vencedora pela 4ª vez e estava presente e radiante cantando seu samba ao microfone. "Também temos que ressaltar o bloco irmão ao nosso que é o Loucura Suburbana do Rio de Janeiro que sai dia 20/02, quinta pré-Carnaval, às 16h, no Engenho de Dentro, pelo Instituto Nise da Silveira". De acordo com Petrônio Ornellas, coordenador do Centro de Convivência, este ano a equipe da Saúde Mental pretende ir ao bloco com a intenção de nos próximos anos levar também os usuários de Niterói e também receber os usuários do RJ para o Loucos Pela Vida.
"A música é uma linguagem universal, aproveitamos do clima do Carnaval para apresentar o serviço da Saúde Mental para a população e inspirar um tratamento humanizado que leva os pacientes a se extravasarem com o uso da música", ressalta Petrônio ao dizer que a musicoterapia está presente nos serviços da Saúde Mental.
Outra atividade artística que fortalece os tratamentos é a fotografia. Sobre o assunto estava presente Mariana Pêgas que organiza oficina de fotografia nas sexta-feiras para os usuários em parceria do Centro de Convivência com a Sociedade Fluminense de Fotografia. "A turma recebe aulas de técnicas de fotografia profissional e de desenvolvimento artístico, com a pretensão de realizar uma exposição. A gente percebe o quanto isso melhora no tratamento dos usuários, que ficam mais comunicativos e mais integrados. É um trabalho que me emociona muito", afirmou.
Antes de desfilar, o bloco Loucos Pela Vida realiza ainda um ensaio na próxima terça (28/01), no bar Mãe D'Água, na Praça Cantareira, a partir das 15h30. Toda a população de Niterói e de todo o Rio de Janeiro está convidada para se juntar nessa celebração do respeito pela diferença e empatia com o outro.