O Dia Internacional de Luta Contra a Tuberculose foi lembrado no último 24 de março, data em que o médico alemão Robert Koch descobriu a doença em 1882. A tuberculose é transmitida de pessoa a pessoa e acomete principalmente os pulmões.

Segundo a Coordenação de Vigilância em Saúde (COVIG) de Niterói, são positivos os dados do município que comparam os anos de 2001 com 2021. A incidência da doença por 100 mil habitantes diminuiu (passando de 95,6 para 40,6).

Outra marca positiva para Niterói foi o seu índice de pessoas curadas e de abandono do tratamento: passando de 59,8% para 78,3% e de 18,3% para 9,7%, repectivamente.

Segundo relatório da COVIG antes do Ministério da Saúde propor a descentralização das ações de combate à doença, Niterói equipou suas unidades de Atenção Básica. "Além disso, Niterói manteve seu equipamento de biologia molecular TRM TB com diagnóstico rápido; avaliando a sensibilidade do medicamento Rifampicina; garantindo também o raio-x, tomografia e outros exames para detectar a doença: baciloscopia, cultura com teste de sensibilidade, broncoscopia e biopsia", afirmou Ana Eppinghaus, diretora do setor.

No município o tratamento da tuberculose é oferecido em mais de 50 unidades de saúde da rede básica, além do Consultório na Rua (que oferta saúde para pessoas em situação de rua) com exames e medicação disponíveis. "As ações são orientadas por protocolos e centradas na pessoa, com tratamento humanizado, a partir do estabelecimento de vínculo entre o profissional de saúde e o usuário, onde é possível identificar as vulnerabilidades que auxiliam na detecção da doença", completou.

A doença - Os principais sintomas da tuberculose são tosse, febre baixa, emagecimento, suor noturno, falta de apetite e cansaço. Pessoas que apresentam tosse há 3 semanas ou mais, devem procurar a unidade de saúde mais próxima para realizarem avaliação. Em 2015, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou a Estratégia pelo Fim da Tuberculose (End TB Strategy), estipulando a data de 2035. De acordo com a entidade, para o alcance dessas metas, é imprescindível aumentar o rastreio, diagnóstico e tratamento da infecção latente pelo bacilo Mycobacterium tuberculosis.

Um dia de reencontros e resgate de boas memórias em homenagem a uma pioneira no combate a tuberculose - Na última quarta-feira (23), o auditório da Policlínica Regional Sérgio Arouca, foi palco da homenagem à servidora Vera Lucia Muniz da Conceição, que atuou por mais de 30 anos no combate à tuberculose na cidade de Niterói.

Em um discurso de apresentação, a diretora da unidade, Maria Lúcia Carvalho, contou que a celebração se estendia para além da importância profissional da Dona Vera, como é conhecida por todos, e atingia principalmente sua personificação como uma mulher atual e moderna, que não representa apenas um número ou uma idade, mas uma pessoa que busca e realiza sonhos.

“O que move a gente são desejos e sonhos. Dona Vera sempre teve o sonho de fazer o melhor pela população no acolhimento, na leitura do PPD que ninguém sabe fazer tão bem quanto você. Então hoje estamos aqui para agradecer por tudo que você fez pela Fundação Municipal de Saúde e pelos pacientes nesses 30 anos. Uma mulher que trabalha com tanta elegância e saber, até hoje. Meu muito obrigado”.

O grande sonho da Dona Vera começou no antigo Centro de Saúde Santa Rosa, ao chegar no Sérgio Arouca iniciou o trabalho de imunização, na qual mais tarde foi pioneira na vacinação da BCG no Estado do Rio de Janeiro, chegando a sair e visitar outros lugares para capacitar e treinar mais profissionais.

Ela também é reconhecida pelo acolhedor trabalho com os pacientes, e toda equipe.

“Qualquer pessoa que recebe uma notícia e diagnóstico de uma doença fica triste, então eles chegam com temor e desespero pela doença, mas eu deixo eles desabafarem, depois explico que tem cura e os acalmo. É preciso ter um ‘jogo de cintura’, conta Dona Vera.

A homenageada aproveitou para deixar alguns lembretes sobre o combate à tuberculose, que mundialmente é marcado no dia 24 de março.

“Quando começar a ter alguns sintomas como tosse e febre tardios, procure um médico para que ele peça exames".

E para os futuros profissionais, ela também deixa um recado acalentador.

“A gente trabalha pensando no ser humano, porque atrás da doença tem uma pessoa.”

Ao final do evento, Dona Vera recebeu de presente uma placa como símbolo de representação de todo carinho, admiração e dedicação dos profissionais aos seus 30 anos na rede de Saúde de Niterói e a sua incrível pessoa.