Na quarta-feira (19/07), encerrou-se a 7ª turma do Curso de Desenvolvimento de Multiplicadores de Educação Permanente do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) Metropolitana II. O evento é organizado pela Central de Regulação e permite a transformação dos samuzeiros em multiplicadores dentro dos 7 municípios da Metro II.

A cerimônia de formação dos novos multiplicadores, ocorrida no auditório do Hospital Municipal Carlos Tortelly, foi realizada com muita alegria e ensinamentos. Foram 4 encontros semanais, onde os servidores puderam expor suas aptidões no trabalho de socorrista. “Terminadas as turmas, eles passam a fazer parte do time dos multiplicadores já existentes. Cada município da Metro II tem suas especificidades. Por exemplo, em Maricá tem muitos casos de afogamentos, enquanto Rio Bonito muitos acidentes de trânsito”, detalhou Olguimar Dias, Coordenadora Regional de Educação Permanente, alertando sobre o alto índice dos casos de Saúde Mental. “A nossa intenção é causar os menores danos possíveis ao paciente”, concluiu.

Etiene Castro e Antonio Rodrigues, de Tanguá, foram alguns desses multiplicadores escolhidos. “Adquirimos novos conhecimentos para agora passar para a base para os colegas de trabalho”, afirmou Etiene. “Vamos depender do resultado dos outros [profissionais], vendo as dificuldades deles, para que eles recebam o conhecimento”, disse Antonio. “É um trabalho em grupo. Não existem quem sabe de mais, existem saberes diferentes”, concluiu, ele que na sua explanação tratou sobre a dor torácica.

Na exposição final, que selou o fim do curso, Gabriel Sardinha, instrutor regional de Educação Permanente, e Rodrigo Brito deram uma aula sobre a restrição do movimento de coluna. Em um contexto de mudanças de protocolo, que são sempre revistas no atendimento de saúde, os dois expoentes trataram das distinções entre a prancha e a maca.

Segundo Gabriel, o uso da prancha-colher já é identificado desde os anos 1950s. Hoje, os protocolos utilizados são o americano Nexus e o alemão Marshal. O primeiro, especifica as condições para o uso de prancha e colar cervical (considerando variáveis como idade do paciente, índice de intoxicação e gravidade da lesão); enquanto o segundo realiza um fluxograma da gravidade da vítima com o cuidado com o uso do colar cervical – uma vez que usar a ventilação, conter hemorragia e a descompressão são fundamentais em muitos casos.

“É necessário observar bem o paciente e tratar o que está afetando-o”, afirmou Rodrigo, apresentando exemplos de acidentes de carro em que a auto extração assistida deve ser realizada com todo cuidado e que o uso do lençol para pelve é uma estratégia que também demanda cuidado.

Ao final da exposição, Gabriel citou uma frase do Nicholas Senn, pioneiro em medicina cirúrgica: “O destino das vítimas está nas mãos de quem realiza o 1º atendimento” – uma valorização dessa atenção instantânea característica do SAMU.

Composição - Os 7 municípios compostos pela Metropolitana II são: Niterói, São Gonçalo, Maricá, Itaboraí, Tanguá, Rio Bonito e Silva Jardim.