Dando sequência ao calendário de eventos do Outubro Rosa, a equipe profissional e os pacientes oncológicos da Policlínica de Especialidades em Atenção à Saúde da Mulher Malu Sampaio (PESM), realizaram na última quarta-feira (18), uma manhã acolhedora de palestras e roda de conversa em prol da temática, no auditório da Fundação Municipal de Educação.

A programação do dia contou com uma mesa de abertura, apresentada pela enfermeira e vice-diretora da unidade, Herminia Maria Silva. Após, foi aberta uma roda de conversa com o tema “Direitos sociais e Oncologia / Mastologia”, mediada pelas Assistentes Sociais Carla Teresa de Almeida e Fernanda Maia.

Seguindo a programação, a terapeuta ocupacional Dra. Simone Nascimento, iniciou uma mesa redonda super interativa, que contou com a participação de todos, na qual foi abordado na prática a temática “Alterações Funcionais da Mão, Hormonioterapia e Órteses funcionais de Facilitação das Atividades Cotidianas”. Em sua fala, Simone ressaltou a importância do acompanhamento, pois a hormonioterapia juntamente a idade podem ampliar cores preexistentes, afetando a mobilidade do paciente.

“Reconheçam o corpo de vocês, cada um tem seu limite, e precisamos respeitar os limites que o corpo da gente fala. Somos limitados, precisamos reconhecer e não ter vergonha de falar sobre eles com os profissionais. Precisamos ser responsáveis, pois parte do tratamento é nosso. A dor é real, e cabe a mim como terapeuta respeitar a dor do paciente, e trabalhar para que o paciente tenha uma melhora no seu quadro. Cuidem-se, são por vocês que nós trabalhamos”, alertou a fisioterapeuta ocupacional.

Para encerrar a programação, a autora do livro “De Bem com a Minha Careca” e advogada, Solange Pacheco, retratou um pouco da sua experiência. Em sua fala, Solange deu foco a pauta do direito à saúde do paciente oncológico, informações essas que ela foi adquirindo ao longo do seu tratamento, em conciliação com sua carreira de advogada. Também destacou o valor e magnitude em torno do autocuidado, pois segundo a própria, o câncer não vem sozinho, ele vem acompanhado de muitos fatores, e cada paciente reage de uma forma.

“Durante o tratamento senti necessidade de falar sobre o que eu estava aprendendo, queria fazer algo com essas informações, e de falar sobre o autocuidado, sobre a aparência, de como se ver. Eu não me achava feia careca, eu na verdade não gostava do olhar das pessoas, e aquilo me incomodava. Então eu colocava meu lenço, me maquiava, me arrumava e saía.”

A advogada e autora finalizou contando como tudo isso lhe motivou e levou ao livro, e deixou um recado acolhedor e empático as pacientes ali presentes. “Falar sobre o cuidado do corpo como um todo, não apenas do tratamento, mas do autocuidado, da sexualidade e do corpo. A cabeça de cada um reage de uma forma, mas não existe câncer fácil e leve. Permaneça nos seus projetos, eles dão força para você continuar e te ajudam a esquecer um pouco do câncer. Meu livro não é uma história triste, nem um livro de autoajuda, ele é um testemunho de uma paciente oncológica, que está aqui para ajudar”, concluiu.

Ao final, foi realizado o sorteio de alguns livros, autógrafos, mais troca de informações entre o público e uma bela homenagem ao dia do médico, especialmente direcionado a diretora da policlínica e médica pediatra, Dra. Célia Bragança.