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postheadericon Dezembro Vermelho: 21ª Seminário da ReduSaids

 

A Universidade Federal Fluminense (UFF) foi cenário do 21º Seminário da ReduSaids, a rede de prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) de Niterói. Com o tema "Saúde, Educação e Direitos Humanos para a prevenção combinada do HIV/Aids", o evento reuniu especialistas para debater as terapias antirretrovirais, os desdobramentos políticos e socioafetivos, o Programa Saúde na Escola (PSE) enquanto estratégia de integração entre saúde e educação e sobre a Prevenção Combinada. Intitulado Dezembro Vermelho, durante todo o mês a rede pública de saúde de Niterói tem realizado ações de conscientização sobre o tema.

Uma série de pesquisas clínicas indicaram que as pessoas com HIV poderiam reduzir a quantidade de vírus em seu organismo, deixando inclusive de transmiti-lo, caso seguissem adequadamente o tratamento. Tais achados orientaram a estratégia de Tratamento como Prevenção (TcP), caracterizada pela ampliação do acesso à testagem, visando identificar as pessoas com HIV e encaminhá-las para o tratamento. Integram também o atual cenário preventivo a oferta das profilaxias pós exposição ao HIV (PEP) e pré-exposição ao HIV(PrEP), que envolvem o uso de medicamento antirretroviral entre pessoas não infectadas, mas expostas ao vírus.

Na PEP, os antirretrovirais devem ser ingeridos em até 72 horas após a exposição, decorrente de um acidente ocupacional ou relação sexual desprotegida. Já o PrEP consiste na ingestão diária de medicamento para impedir que o vírus causador da Aids infecte o organismo. Os dois métodos estão disponíveis gratuitamente pelo SUS.

Uma das palestrantes do evento, Simone Monteiro (Fiocruz) tratou da Prevenção Combinada, preconizada pela Ministério da Saúde, que associa diferentes métodos (ações) de prevenção ao HIV como: testagem regular; o uso de preservativos; a prevenção da transmissão vertical (de mãe para filho[a]); a imunização para as hepatites A e B; a redução de danos para usuários de álcool e outras drogas; oferta de PrEP e PEP.

Na sua apresentação, Simone assinalou os benefícios das novas tecnologias de prevenção, como TcP, PEP e PrEP, para a ampliação da qualidade de vida das pessoas vivendo com HIV/Aids e controle da epidemia. Todavia, a partir do resultado de pesquisas em cidades brasileiras, destacou que nas respostas à Aids tem prevalecido o investimento no TcP, na PEP e na PrEP, em detrimento de intervenções comportamentais e estruturais, previstas na prevenção combinada. Nesta direção, apontou para a necessidade e importância de se investir em: campanhas educativas regulares, em ações de redução de danos, no fortalecimento do movimento social de Aids e em ações de enfrentamento do estigma associada à Aids e à diversidade sexual e das condições de vulnerabilidade ao HIV, que tem comprometido o acesso às conquistas no campo da prevenção e do tratamento.

Outra palestrante do evento, Claudia Santamaria, tratou da terapia dos antirretovirais e seus desdobramentos político-afetivos. "A promoção da adesão ao tratamento deve ser realizada em todas as consultas e atividades de saúde desenvolvidas com usuáries porque a vida é permanentemente serpenteada por desafios de toda natureza", explica.

Segunda ela, ao tratar das especificidades da diversidade que é cada pessoa que pode ser atravessada pelo vírus, cuidar da saúde é uma ação/atitude político-afetiva que está relacionada com opressões sociais e condições psicológicas - tanto no autocuidado como na atenção dada pelos profissionais de saúde, que no caso especificamente sobre o HIV/Aids, devem estimular que a pessoa não interrompa o tratamento.

Já Sandra Brito, do Grupo Parceiras da Vida do Hospital Universitário Pedro Ernesto/UERJ, colocou sua vivência enquanto usuária no seu discurso. Sandra procurou evidenciar como uma boa comunicação entre o profissional de saúde e o usuário é fundamental, e isso não está sujeito à condição do trabalho ou ao salário, mas sim da boa vontade.

A coordenadora municipal de IST/Aids e Hepatites Virais, Marcia Santana, elogiou o evento: "é uma vitória, uma conquista histórica, de um coletivo que sobrevive há 21 anos, em uma sociedade globalizada e individualizada, conseguindo manter essa rede viva. Sobrevivendo aos preconceitos, aos estigmas, às discriminações e exclusões sociais que o HIV ainda impõe, apesar de todos os avanços técnicos e científicos. No Brasil e no mundo, a gente já conta com tecnologia e informação vastos, mas o que ainda mata e faz adoecer é o estigma e o preconceito. Relembrando que o enfrentamento dessas problemáticas sociais continuam sendo prioritárias. A luta continua, há muito o que superar".

O Seminário ainda contou com a participação de Maria Célia Vasconcellos (Vice Presidente de Atenção Coletiva, Ambulatorial e da Família da SMS – VIPACAF); Ana Eppinghaus (Coordenadora de Vigilância em Saúde da SMS); Fabia Lisboa (Assessora do Programa de ISTs/HIV); bem como representantes da Secretaria Estadual de Saúde, Grupo Pela Vidda Niterói, Unidade Básica de Saúde de Santa Bárbara, Policlínica Regional Dr. Guilherme Taylor March, e Programa Saúde na Escola (PSE) de Niterói. Ao final, foi exibido um vídeo debate com o Coletivo Transparente (UFF).

 
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