postheadericon Capacitação: SAMU realiza instruções para resgate de afogados na Praia Adão e Eva

 

 

Nesta quinta (21), profissionais do SAMU 192, os ‘samuzeiros’, da região Metropolitana 2, realizaram uma capacitação prática em afogamentos na Praia de Adão e Eva, em Niterói. Após dois encontros virtuais com instruções sobre técnicas e manejos de casos de afogamento, a aula prática serviu para aperfeiçoar esses atendimentos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência.

 

A escolha do tema advém de um recente aumento de casos de afogamento que a Central do SAMU Metro 2 têm observado, sobretudo, em Maricá, área com praias perigosas. “Esses resgates costumam ser atendidos pelo Corpo de Bombeiros, mas o SAMU deve estar cada vez melhor preparado para responder também essa demanda”, afirmou a sua coordenadora de Educação Permanente, Olguimar Dias.

 

As instruções foram divididas em três partes: acidentes aquáticos com lesões; ressuscitação cardiopulmonar; e gravidade respiratória de nível maior que o 3º (do total de 6). A maior preocupação dos profissionais com a vítima deve ser com a oferta imediata de oxigênio, priorizada em relação à retirada de água do pulmão. Nos casos graves, são de sua responsabilidade também o deslocamento para as unidades de saúde de urgência.

 

Os acidentes com lesões, muitas vezes após o acidentado pular de grandes alturas em águas rasas e pedras, o maior risco é o traumatismo crânio-encefálico (TCE). Segundo o instrutor Rafael Pessoa, “a primeira atitude é estabilizar a cabeça do paciente na prancha e observar sua consciência, aplicar o colar cervical e se o paciente estiver responsivo perguntar como estão seus movimentos de braços e pernas. Deve-se observar a respiração do paciente, pois um quadro estável pode avançar rapidamente para um crítico”.

 

A reanimação derivada de um afogamento exige rápida oxigenoterapia e é dividida em 6 graus de gravidade. Na praia, os samuzeiros tiveram que simular afogamentos para a instrução da retirada do corpo da água e a aplicação no manequim do processo de compressão-ventilação (15/2) através do ambu com oxigênio. Nas ambulâncias, além do umbu, é importante conter frasco de ar comprimido, manta térmica, latex e sonda. Essas instruções foram guiadas por Rodrigo Brito, Ramon Ghetti e Horacio de Souza.

 

Outro instrutor que estava organizado o evento, José Henriques, afirmou que é muito prazeroso observar a evolução das equipes após esses momentos de instruções: “quando sabemos do retorno do que aprenderam sendo efetuado na prática percebemos que valeu a pena esse trabalho de aprimorar o atendimento do SAMU”.

 

Nessa linha, a diretora da central do SAMU da Metropolitana 2, Verônica Alcoforado, também celebra a capacitação. “Os trabalhadores que atuam na urgência precisam regularmente qualificar suas práticas para melhor atender a população. Estamos atentos às questões que surgem na região para o atendimento correto, utilizando os recursos que se impõe para suas resoluções”, afirmou a doutora.

 

O curso teve cerca de 170 inscritos em suas duas etapas virtuais, enquanto o presencial, devido às restrições no contexto da pandemia, participaram cerca de 30 samuzeiros selecionados. Além de Niterói, município polo do SAMU Metropolitana 2, a região é formada por São Gonçalo, Itaboraí, Tanguá, Rio Bonito, Silva Jardim e Maricá.