postheadericon Concurso da FeSaúde será o 1° da Prefeitura a aplicar lei de cotas raciais

 

 

Reparação e dívida histórica. Superação do racismo institucional. Luta dos movimentos sociais contra a dificuldade de chegar em espaços de poder. Essa foi a tônica do evento no auditório da Câmara de Vereadores na sexta (26/02) que celebrou a implantação da lei de cotas raciais em 20% das vagas dos concursos públicos de Niterói, sendo o primeiro o da Fundação Estatal de Saúde (FeSaúde), com suas provas ainda suspensas por conta da pandemia.


Presente na solenidade, o secretário de saúde de Niterói, Rodrigo Oliveira afirmou que “é um momento histórico de reafirmação da vida contra a política de morte que estamos enfrentando agora”, lembrando que recentemente foi inaugurado o Comitê da Saúde da População Negra e que a pasta está de portas abertas para combater o racismo institucional e estrutural.


Autora do Estatuto da Igualdade Racial, de 2014, que garantiu a lei, a vereadora Verônica Lima afirmou que foi difícil enfrentar a resistência, mas que Rodrigo Neves e Axel Grael foram corajosos e conscientes da importância desta reparação que fica de exemplo para o país. “A dívida derivada da escravidão que deixou a população negra sem salário, terra e dignidade, está sendo paga em prestações como esta. A cota para negros e negras não é apenas uma conquista desta população, mas de toda a cidade em sua integração sem preconceitos”, afirmou a vereadora.


Participaram da mesa, a diretora-geral da FeSaúde, Anamaria Schneider; o secretário de Direitos Humanos, Raphael Costa; o subsecretário da Coordenadora Especial de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial (CEPPIR), João do Corujão; e Rodrigo Correia, do Movimento Negro Unificado (MNU). E mostrando a importância da relação do Legislativo e Executivo com o meio acadêmico, o professor de Antropologia e da assessoria de ações afirmativas da UFF, Rolf Malungo, foi um dos convidados especiais.