postheadericon Saúde do Idoso é tema do último dia de Seminário

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Nesta quinta (06), o “1º Seminário de Linhas de Cuidado: Do Nascimento ao Envelhecimento” encerrou suas atividades com palestras sobre a saúde da 3ª idade no auditório do Núcleo de Educação Permanente e Pesquisa (NEPP) na Policlínica de Especialidades Sylvio Picanço, Centro de Niterói.

 

O evento, organizando pelo Departamento de Supervisão Técnico-Metodólogica (DESUM) da Fundação Municipal de Saúde (FMS), reuniu profissionais da rede e alunos da área de saúde das universidades UFF e Anhanguera. Desde terça, diversos palestrantes versaram sobre temas como saúde sexual e métodos contraceptivos, prevenção de gravidez e pré-natal.

 

Realizando um painel sobre as dimensões biológicas, psicossociais e funcionais do envelhecer, a primeira exposição desta quinta foi de Selma Petra, coordenadora do Centro de Atenção à Saúde do Idoso da Faculdade de Enfermagem da UFF, onde leciona.

 

Selma defende que o envelhecimento deve ser valorizado como a etapa de maior experiência da vida, mas a redução da produção de células traz consequências nos sistemas fisiológicos e cognitivos. Desse modo, as unidades de saúde devem acolher essa população da melhor forma possível. “É importante viver mais, mas com qualidade de vida. As equipes de saúde devem ser interdisciplinares, conhecerem a família do idoso, elaborar planejamentos e ter uma postura ética no atendimento”, afirmou.

 

Para ilustrar o atendimento da rede de saúde de Niterói com a 3ª idade, Patricia Guerra, enfermeira da Policlínica da Engenhoca, foi convidada a explicar a iniciativa bem-sucedida de criar o “Bem Vividos”, grupo dos idosos na unidade, em que é oferecido oficina de memória, artesanato, exercícios físicos, dança e passeios públicos. A ação conta com o trabalho integrado de diversos profissionais de saúde e parceria da Policlínica do Barreto.

 

A outra explanação do dia, sobre o incidência de HIV/Aids nesta população mais vulnerável, partiu do professor de Doenças Transmissíveis da Anhanguera, Pedro Paulo Santana. O palestrante apresentou um panorama histórico da doença, que surgiu nos anos 80, acometendo aqueles que eram considerados “grupo de risco” – nomenclatura que por estigmatizar deu lugar a  “comportamento de risco”, cuja ação de risco qualquer um pode ter independente da orientação sexual.

 

Com o surgimento dos antirretrovirais, a mortalidade pelo vírus caiu. No entanto, os idosos costumam ter o diagnóstico tardio, pela confusão com doenças comuns ao processo de envelhecimento. O professor alerta aos profissionais de saúde que estejam atentos aos sinais que podem indicar a doença, que conversem francamente com os usuários e ofereçam o exame detector do vírus. “O processo de envelhecimento, somado à infecção pelo HIV, faz com que a assistência de saúde seja redobrada”, afirmou.

 

Para encerrar com foco na saúde da mulher idosa, a professora de enfermagem da UFF Helen Campos Ferreira deu uma aula sobre o climatério, etapa após a menopausa em que a mulher transita do estado reprodutivo para o não reprodutivo. Com a queda do estrogênio, diversos sintomas surgem como alterações da sexualidade, dores, doenças crônicas, problemas cardiovasculares e emocionais.

“Essas mudanças fazem surgir outra mulher em mim. Devemos estar preparadas para esse momento, assim como os profissionais de saúde devem estar atentos e acompanhar essa mulher”, afirmou, ressaltando a importância da realização de consultas por livre demanda e da terapia hormonal, com o controle exigido e cuidado às contraindicações.

 

Avaliando o trabalho do seminário, a chefe do DESUM, Odila Curi, sintetizou: “Essa iniciativa surgiu do Bruno Bernardo (Coordenação de Saúde do Idoso) e da Raíssa Rodrigues (Coordenação da Saúde da Criança e do Adolescente), de lidar com cada etapa da vida para despertar a atenção dos profissionais da rede e desse modo melhorar a assistência, oferecendo um melhor atendimento aos usuários”.