Uma equipe de agentes de endemias do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Niterói foi acompanhada, na última terça-feira (14), por uma equipe de filmagem do Ministério da Saúde em sua rotina diária de verificação de focos do mosquito da dengue pelas residências da Ponta D’Areia. As imagens foram captadas para um documentário sobre o projeto Wolbachia no Brasil e vai mostrar o sucesso de sua implantação em Niterói, cidade pioneira na introdução do projeto em 2015 em uma parceria entre a Prefeitura de Niterói, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, com a Fiocruz e o World Mosquito Program (WMP).

“Niterói se tornou nos últimos anos uma referência no combate à dengue através do trabalho dos nossos agentes do CCZ, essencial para o sucesso do projeto Wolbachia no município. Participar deste documentário do Ministério da Saúde só comprova isso”, afirma a secretária municipal de Saúde de Niterói, Ilza Fellows.

A equipe de filmagem ainda colheu depoimentos de moradores e do chefe do CCZ, Fábio Vilas Boas, que disse ser extremamente gratificante ver o trabalho sendo reconhecido.

“É inspirador constatar que esse trabalho de saúde pública tem impactado positivamente a vida das pessoas e está sendo expandido por todo o Brasil como uma nova tecnologia no combate às arboviroses. A realização desse documentário vem condecorar o esforço e o trabalho de todos os servidores que se engajaram no projeto”, afirmou.

Niterói foi a primeira cidade no país, em 2023, a ter seu território 100% coberto pelos mosquitos modificados com a Wolbachia, um microrganismo presente em cerca de 60% dos insetos na natureza, mas ausente no Aedes aegypti. Uma vez inserida artificialmente em ovos desse mosquito, a capacidade deles de transmitir o vírus da zika, chikungunya e febre amarela fica reduzida.

Uma vez que esses Aedes aegypti com Wolbachia são soltos na natureza, eles se reproduzem com os mosquitos de campo e geram Aedes aegypti com as mesmas características, tornando o método autossustentável.

Ao todo, 300 agentes de endemias visitam cerca de 5 mil imóveis todos os dias, inclusive aqueles que estão abandonados, para combater possíveis focos de dengue. Além do trabalho diário, mutirões são realizados aos finais de semana, intensificando as ações de combate ao mosquito.

Foto: Andre Luiz Coutinho